Ataques Transfóbicos na Câmara Municipal de Natal: O Caso de Thabatta Pimenta
Na terça-feira, 21 de março, a vereadora Thabatta Pimenta (PSOL) se tornou o alvo de ataques transfóbicos durante uma sessão na Câmara Municipal de Natal. O contexto da situação era a sua posição contrária à concessão do título de cidadão natalense ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Este incidente gerou uma onda de indignação e tem sido objeto de investigação pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte.
Uma Sessão Tensa e Ofensiva
Durante seu discurso, Thabatta, que é uma mulher trans e mãe atípica, enfrentou um comportamento inaceitável por parte de alguns apoiadores de Bolsonaro que estavam presentes na galeria. Enquanto se manifestava contra a homenagem ao ex-presidente, esses indivíduos começaram a disparar ofensas transfóbicas, criando um ambiente hostil.
A assessoria da vereadora registrou falas agressivas, como "você não é mulher de verdade" e insinuando que Thabatta teria "dois sexos". É importante lembrar que a transfobia é criminalizada no Brasil, sendo considerada um crime inafiançável e imprescritível, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal em agosto de 2023. Apesar dessa gravidade, nenhuma ação foi tomada pela Câmara na hora em que os ataques ocorreram.
O Silêncio da Instituição
Thabatta relatou que, durante o incidente, a Guarda Municipal não interveio e não foram identificadas as pessoas responsáveis pelas ofensas. Em entrevista ao UOL, ela comentou sobre a falta de ação da Câmara: “A delegada que me ouviu perguntou: ‘O que a Câmara fez?’. Eu disse: ‘Nada’. Ela me respondeu que as ofensas configuram crime e que o correto seria ter dado voz de prisão. Mas não houve sequer registro dos nomes das agressoras”.
Esse silêncio institucional levanta questões sobre a segurança e o respeito à diversidade dentro das instituições. O que está sendo feito para proteger figuras públicas e cidadãos em geral de ataques de ódio? A omissão pode ser vista como um sinal de leniência com comportamentos violentos e discriminatórios.
Mobilização e Apoio
Na quarta-feira, 22 de março, Thabatta fez uso das redes sociais para compartilhar imagens dos envolvidos nos ataques e pedir ajuda da população para identificá-los. Em plenário, ela voltou a levantar a questão da omissão institucional e, surpreendentemente, recebeu apoio de outros parlamentares.
Uma Situação Que Requer Reflexão
Esse episódio não se trata apenas de um ataque pessoal a Thabatta Pimenta, mas sim de um reflexo de uma série de questões mais amplas que envolvem intolerância e discriminação em nossa sociedade. As falhas na segurança não afetam apenas a vereadora, mas também outras representações marginalizadas, como grupos religiosos, raciais ou pessoas com deficiência. Isso nos leva a pensar: onde estão os limites do respeito e da civilidade?
O Que Podemos Fazer?
- Denunciar: Se você presenciar ou sofrer qualquer tipo de ataque transfóbico ou discriminação, é fundamental relatar à polícia ou a organizações de direitos humanos.
- Educação: Amplie seu conhecimento sobre questões de diversidade e inclusão. Leitura e discussão sobre esses temas ajudam a criar um ambiente mais acolhedor.
- Apoio Mútuo: Fortaleça a rede de apoio a pessoas que enfrentam discriminação. Prover um espaço seguro pode fazer toda a diferença.
Um Apelo à Empatia
Este caso nos convida a refletir sobre o papel de cada um de nós na luta contra a intolerância e a discriminação. O que pode parecer um ataque individual é, na verdade, uma manifestação de um problema sistemático que requer ação coletiva. Se não formos proativos em desafiar questões de preconceito, poderemos nos tornar cúmplices do silêncio que alimenta a cultura do ódio.
Convido você, leitor, a se engajar nesse debate. Quais são suas experiências com discriminação? Como você acha que podemos construir uma sociedade mais respeitosa e inclusiva? Seu comentário é bem-vindo e pode ser o primeiro passo para mudanças significativas.
