MRV&CO: Fortalecimento no Setor Imobiliário em 2025
A MRV&CO, conglomerado que integra as marcas MRV, Luggo, Urba e Resia, teve um primeiro trimestre de 2025 bastante ativo. Com uma notável expansão em lançamentos imobiliários dentro do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), a empresa também enfrentou alguns desafios no que diz respeito às vendas e à geração de caixa, conforme detalhado no relatório operacional divulgado na noite de terça-feira, 15.
Desempenho dos Lançamentos e Vendas
Os lançamentos da MRV neste período alcançaram um valor geral de vendas (VGV) de R$ 2,8 bilhões. Isso representa um impressionante crescimento de 81% se comparado ao mesmo período de 2024. Por outro lado, as vendas líquidas foram de R$ 2,2 bilhões, exibindo um aumento mais modesto de apenas 2% no mesmo intervalo. A velocidade de vendas (VSO) foi registrada em 25%, o que significa uma retração significativa de 8 pontos percentuais em comparação anual.
A razão para esse desempenho misto se deve, em parte, a complicações no repasse dos clientes aos bancos, um requisito fundamental para que as vendas sejam contabilizadas oficialmente. A MRV comunicou que, apesar de ter fechado outros R$ 320 milhões em vendas, esses valores não foram considerados no primeiro trimestre devido a esses repasses não efetivados. A empresa somente contabiliza as vendas quando os clientes conseguem acessar o financiamento bancário.
"Esse gargalo no repasse nos gerou 1.400 vendas a menos e R$ 110 milhões a menos de geração de caixa", revelou o diretor financeiro e de Relações com Investidores, Ricardo Paixão. "Mas a situação já foi resolvida e estamos trabalhando para regularizar nossas vendas."
Impacto dos Programas Regionais de Habitação
O diretório da MRV explicou que algumas interrupções nos repasses ocorreram em determinados programas regionais, abrangendo estados como Amazonas, Ceará e Rio Grande do Sul. Esses programas são vitais, pois oferecem subsídios que ajudam as famílias a adquirir imóveis dentro do escopo do MCMV, funcionando como um impulso para as vendas de incorporadoras em todo o Brasil.
Além disso, o entrave nos repasses impactou significativamente o fluxo de caixa da MRV, que apresentou uma queima ajustada de R$ 48,3 milhões. Quando excluímos a venda de carteira de recebíveis, a queima de caixa sobe para R$ 125,2 milhões.
Novas Oportunidades no MCMV
Ricardo Paixão ainda destacou que a MRV está muito bem posicionada para explorar a nova faixa 4 do MCMV, que começará a valer em maio. Essa faixa é especialmente atrativa, uma vez que atenderá famílias com renda de até R$ 12 mil, oferecendo imóveis avaliados em até R$ 500 mil com juros de 10% ao ano.
"Temos um estoque de imóveis disponível para venda totalizando R$ 1,6 bilhão elegíveis na faixa 4, além de terrenos que podem gerar outros R$ 2,6 bilhões em lançamentos futuros. Estamos prontos para aproveitar essa nova oportunidade", enfatizou Paixão.
O Futuro da MRV e Suas Subsidiárias
O segmento Luggo e Urba, que pertencem ao conglomerado, apresentaram desempenhos distintos. A Luggo gerou uma caixa de R$ 5,7 milhões, enquanto a Urba registrou um resultado um pouco melhor, com R$ 25,8 milhões. Ambas as empresas diminuíram suas operações nos últimos anos, resultando em volumes de lançamentos e vendas mais baixos.
Desempenho da Resia
A subsidiária Resia, localizada nos Estados Unidos, teve um trimestre desafiador, não registrando vendas e apresentando uma queima de caixa total de US$ 59 milhões. Contudo, a Resia possui quatro vendas prospectivas para 2025, que somam um potencial de US$ 380 milhões. O primeiro empreendimento deverá ser vendido em junho, seguido por mais três no segundo semestre.
A Resia também obteve sucesso na locação de 296 apartamentos no trimestre, uma taxa considerada saudável. Importante ressaltar que a empresa só realiza vendas de empreendimentos após alugar os apartamentos.
"Com esse ritmo de locação, estamos confiantes de que o plano de desalavancagem da Resia está progredindo corretamente", comentou Paixão.
Inovação e Futuro Sustentável
A MRV está explorando a possibilidade de diversificar suas operações, avaliando a utilização de sua fábrica de ‘pods’ – elementos pré-fabricados que podem ser utilizados em diversas construções. Essa estratégia visa atender a outros segmentos de mercado, como o de hotéis, que demandam projetos padronizados.
“Estamos realizando estudos nesse sentido. Com um investimento moderado, poderemos vender esses elementos pré-fabricados para terceiros", ressaltou Paixão. “Embora não esteja em nossos planos imediatos vender a fábrica, não descartamos a possibilidade de buscar um parceiro futuramente se essa área se mostrar promissora.”
Reflexão Final
Em um mercado imobiliário em constante evolução, a MRV&CO demonstra resiliência e adaptabilidade diante dos desafios enfrentados. Com uma articulação estratégica em relação ao MCMV e uma abordagem proativa em relação à inovação, a empresa se posiciona para fortalecer ainda mais sua presença no setor.
Você, leitor, o que acha do desempenho recente da MRV? Acredita que as novas medidas do MCMV beneficiarão as famílias e o mercado imobiliário? Compartilhe suas opiniões e reflexões nos comentários abaixo!
