Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
O partido conservador NZ First lançou uma proposta de lei que visa esclarecer o conceito de “mulher” dentro do âmbito jurídico da Nova Zelândia.
Uma Proposta Polêmica
Essa iniciativa legislativa não é um projeto do governo e seu avançar está sujeito a uma votação aleatória. O fato de seguir esse caminho, mesmo com quatro dos oito deputados do partido em cargos ministeriais, sugere que a proposta pode não contar com o respaldo de parceiros de coalizão, como o Partido Nacional e o ACT.
Durante a apresentação das prioridades políticas do NZ First, o líder do Partido Nacional e atual primeiro-ministro, Christopher Luxon, expressou que esta não é uma questão que desperta interesse na maioria da população.
“Quem realmente se importa com uma discussão sobre banheiros unissex? Se você pensa assim, está vivendo em outro mundo”, afirmou Luxon.
A proposta estabelece que, quando o termo “mulher” for utilizado em qualquer legislação, seja atual ou futura, a interpretação correta deve ser “uma mulher adulta do sexo biológico feminino”. Igualmente, “homem” seria entendido como “um homem adulto do sexo biológico masculino”. Este movimento ocorre poucos dias após a Suprema Corte do Reino Unido tomar uma decisão que reafirma que apenas mulheres biológicas se enquadram na definição legal de “mulher”.
Desafios e Ajustes Legislativos
Vale destacar que, como cada deputado pode protocolar apenas um projeto de lei em determinado momento, Jenny Marcroft, a autora do projeto do NZ First, teve que retirar outra proposta que tratava de referendos sobre a fluoretação da água.
Além disso, o partido decidiu retirar da votação um “Projeto de Lei de Acesso Justo aos Banheiros”, que impunha multas a usuários de banheiros públicos se não utilizassem os espaços designados para seu sexo, e ainda exigia que todos os novos edifícios públicos tivessem banheiros separados para homens, mulheres e uma opção unissex.

Fatos Biológicos e Direitos
Winston Peters, líder do NZ First, argumentou que a nova legislação “protegeria as prerrogativas baseadas no sexo e ressaltaria a importância dos direitos relacionados a esse tema”.
Em entrevista a jornalistas, Peters afirmou que a proposta não é direcionada contra nenhum grupo em particular, mas sim um reflexo dos “fatos biológicos”.
“Quem se lembra das discussões sobre as mulheres enfrentando competição desleal nos esportes? E sobre homens invadindo vestiários femininos? Alguns veículos de mídia disseram que estávamos exagerando ou que éramos alienados. Entretanto, a realidade é que a grande maioria dos neozelandeses clama por igualdade para as mulheres e se opõe à ideologia que confunde os gêneros”, declarou ele.
Peters também enfatizou: “Se alguém se autodenomina algo que não é, isso deverá ser verificado biologicamente. Por que não fazer isso?”
Caso a proposta seja aprovada, ela substituirá legislações atuais na Nova Zelândia que permitem a indivíduos se autoidentificarem e alterarem seu gênero na certidão de nascimento. Até então, essa mudança somente podia ser feita por meio do Tribunal de Família ou com evidências de tratamento médico. Essa norma foi introduzida pela ex-deputada Tracey Martin, do NZ First, quando ocupava a função de ministra do Interior, e recebeu aprovação durante o governo trabalhista.
Desafios à Nova Proposta
Quando questionado sobre a compatibilidade entre a aprovação da lei anterior e a nova proposta do partido, Peters insinuou que Tracey Martin havia implementado a legislação durante um período de “confinamento”, o que teria ocorrido sem a devida discussão com o partido.
Em uma viagem a Londres, onde se reuniu com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, para tratar de assuntos relacionados a defesa e comércio, Luxon mencionou que o grupo parlamentar do Partido Nacional analisaria a proposta, caso esta fosse retirada da votação.
Entretanto, Luxon já havia deixado claro que, em sua opinião, “pessoas grávidas são, de fato, mulheres”.
“Vamos abordar esse tema com bom senso e utilizar uma linguagem que faça sentido”, concluiu.
Uma Questão em Debate
Essa proposta do NZ First toca em questões sensíveis e relevantes sobre a identidade de gênero e os direitos das mulheres. O debate sobre o que significa ser mulher no contexto legal tem o potencial de provocar profundas reflexões na sociedade. Afinal, o que realmente define a identidade de uma pessoa? Como garantir os direitos de todos sem prejudicar outros?
Essas são questões que ultrapassam o simples entendimento legal e demandam um diálogo aberto, respeitoso e informado. À medida que o mundo avança e evolui em suas concepções sobre gênero, é fundamental que as vozes de todos os lados sejam ouvidas e consideradas.
Assim, o que podemos concluir? A legislação proposta pelo NZ First é um convite à reflexão. Convidamos você, leitor, a compartilhar suas opiniões sobre este tema tão complexo e significativo. O que você pensa sobre a definição legal de “mulher”? Como você acredita que as leis devem se adaptar a estas questões contemporâneas?
Estamos ansiosos para ouvir suas ideias e fomentar uma discussão construtiva e necessária.
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