sábado, julho 26, 2025

Por que o Fracasso de Putin no Oriente Médio Pode Mudar o Jogo Geopolítico?


A Queda da Influência Russa no Oriente Médio: O Que Isso Significa Para o Mundo?

Nos últimos anos, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, parecia ter recuperado a influência de Moscou no Oriente Médio, um território onde sua presença havia diminuído significativamente. Ao estreitar laços com aliados tradicionais como Irã e Síria, e ao mesmo tempo cultivar relações mais amenas com Israel e as monarquias árabes, Putin se apresentava como uma alternativa pragmática ao que muitos consideravam as tentativas desastradas dos EUA de promover a democracia na região.

Entretanto, em um espaço de aproximadamente 20 meses, essa influência russa no Oriente Médio desmoronou. O ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 devastou o chamado eixo da resistência — a rede apoiada pelo Irã com a qual a Rússia havia se vinculado. O regime de Assad, um cliente de longa data da Rússia, colapsou de forma dramática, enquanto os ataques dos EUA e de Israel às instalações nucleares iranianas reduziram o poder do maior aliado regional da Rússia. Essa nova configuração no Oriente Médio parece indicar que Moscou tornou-se, infelizmente, irrelevante.

O Que a Queda da Influência Russa Revela

A incapacidade da Rússia de apoiar seus aliados durante momentos críticos deve servir como um alerta não só para a China, mas também para líderes ocidentais. Se, em tempos de crise, ela não pode ser considerada uma aliada confiável, como poderá ser em um eventual confronto entre os EUA e a China, como a disputa sobre Taiwan?

O Passado Recente da Rússia no Oriente Médio

Após a queda da União Soviética em 1991, a Rússia se afastou do cenário internacional, incluindo o Oriente Médio. O então presidente Boris Yeltsin preferiu focar na integração da Rússia nos círculos ocidentais, pouco se importando com suas relações históricas na região. A situação mudou quando Putin assumiu a presidência em 2000, buscando reestabelecer laços de influência.

Com a ajuda da Rússia na luta dos EUA contra o terrorismo após os ataques de 11 de setembro, as relações foram inicialmente benéficas. Mas uma reviravolta começou com a Primavera Árabe em 2011, quando Putin viu as revoluções nas nações árabes como uma ameaça à estabilidade que poderia inspirar movimentos semelhantes dentro de suas próprias fronteiras.

Alinhamentos e Novas Parcerias

Os medos de Putin sobre a instabilidade ressoaram entre os líderes autocráticos do Oriente Médio. Monarcas do Golfo e o Egito, sob Abdel Fattah el-Sisi, viram em Putin um parceiro ideal para garantir a segurança em um momento de grande mudança. Durante esse período, a Rússia começou a aumentar sua presença militar e política na região.

  • Apoiando Assad na Síria, Putin conseguiu consolidar a posição da Rússia no Mediterrâneo, através de bases aéreas e navais.
  • A Rússia também se posicionou como um fornecedor de armas para várias nações, incluindo Egito e Turquia, mostrando a disposição de manter relações com regimes autocráticos, sem as exigências de promover a democracia.

A Desintegração da Estratégia de Putin

Após os ataques do Hamas, o cenário virou. Israel reagiu com força, atacando Hamas e Hezbollah. Putin tentou se colocar como mediador, mas sua proposta foi ignorada tanto por Netanyahu quanto pela sociedade israelense. A situação piorou quando o regime de Assad colapsou, revelando a fragilidade do suporte que a Rússia oferecia às suas parcerias. A percepção de que a Rússia poderia ser uma “guarda-costas” confiável desmoronou, e as consequências foram severas.

Reações no Oriente Médio

  1. No Irã: A apatia de Putin tem levado a críticas crescentes dentro do país. Khamenei, que sempre viu a Rússia como um aliado, agora enfrenta descontentamento crescente por sua incapacidade de oferecer apoio militar, especialmente após os recentes ataques a instalações nucleares.

  2. Em Israel: As antigas tentativas de aproximação com a Rússia foram colocadas em xeque. Com uma administração americana mais dura, Israel parece estar menos interessado em colaborar com Putin, algo que poderia mudar rapidamente em um novo cenário de relações internacionais.

  3. Entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita: MBS está observando com interesse a nova dinâmica. A inação da Rússia na proteção do Irã fortalece a posição da Arábia Saudita, que está reequipando seus próprios laços com os EUA, cada vez mais ciente de que a Rússia não é um parceiro confiável.

O Que O Futuro Reserva?

As decisões de Putin em não intervir em apoio a seus parceiros devem servir como um aviso claro para a China. Se a Rússia falhou em apoiar o Irã em um momento de vulnerabilidade, como poderá ser vista como uma aliada confiável por Pequim em um possível conflito com os EUA?

Para os líderes ocidentais, especialmente os EUA, a percepção de uma Rússia ineficaz em um papel de mediador ou aliado militar deve ser uma chamada à ação. A confiança em Moscou, uma vez vista como um ativo estratégico, agora poderá ser considerada uma armadilha.

Reflexões Finais

A queda da influência russa no Oriente Médio é um fenômeno complexo, que reflete não apenas estratégias fracassadas, mas também a natureza dinâmica das alianças políticas. A crescente fragilidade do regime do Irã, a incerteza nas relações Israel-Rússia e a reavaliação por parte da Arábia Saudita revelam que a Rússia já não é a potência emergente que um dia foi.

E você? O que pensa sobre o futuro da Rússia no cenário político internacional? Como essa dinâmica influenciará as relações entre as superpotências?

Compartilhe suas opiniões nos comentários e vamos discutir juntos sobre o futuro dessas relações!

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