A Ausência dos EUA na Cúpula do Clima: Uma Nova Era de Indiferença?
Nos últimos 30 anos, a participação dos Estados Unidos na cúpula anual do clima das Nações Unidas sempre foi uma constante. No entanto, neste ano, a situação é alarmante: altos funcionários do governo e poderosos executivos corporativos estão optando por não comparecer. O que está por trás dessa mudança de atitude?
O Que está Acontecendo?
Sinais de Desinteresse?
A ausência de líderes americanos na conferência não é apenas uma casualidade. É um reflexo do clima político atual nos Estados Unidos. Embora muitos executivos não se alinhem com a visão do ex-presidente Donald Trump, que chamou as mudanças climáticas de uma farsa, alguns começaram a questionar a urgência do tema.
- Promessas Não Cumpridas: Apesar das promessas anteriores de reduzir a poluição e de buscar soluções sustentáveis, a presença física de líderes empresariais na cúpula deste ano é praticamente nula.
- Impacto nas Parcerias: Executivos de grandes corporações, como Apple e Exxon, que antes se destacavam em eventos climáticos, não marcaram presença, levantando preocupações sobre o comprometimento dos EUA nos esforços globais.
Dilemas do Setor Privado
Embora a cúpula em Belém, Brasil, tenha atraído o interesse de alguns executivos, muitos escolheram participar de eventos paralelos em metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro. Essa mudança leva a um questionamento importante: os executivos estão apenas evitando conflitos com a administração atual ou realmente estão mudando de posição?
O Contexto Político e Empresarial
Um Atmosfera Castradora
Desde que Trump assumiu a presidência, sua administração adotou uma postura agressiva contra as políticas ambientais:
- Saída do Acordo de Paris: Logo nos primeiros dias de mandato, Trump retirou os EUA do Acordo de Paris, um movimento que ecoou por todo o mundo.
- Redução de Regulamentações: Além disso, seu governo tem gerado um desmonte das regulamentações ambientais e encorajado a exploração de combustíveis fósseis.
O Que os Executivos Estão Dizendo?
O CEO da Exxon, Darren Woods, expressou sua preocupação com a maneira como a questão do clima é discutida. Afirmou que o objetivo não é simplesmente eliminar o petróleo e o gás, mas sim encontrar maneiras de reduzir as emissões associadas à sua utilização. Esse tipo de posicionamento revela um dilema significativo enfrentado pela indústria: o medo de repercussões políticas pode estar silenciando vozes comprometidas com a causa climática.
O Que Acontece nas Cúpulas?
Participação e Abordagem
No passado, grandes nomes como Tim Cook, da Apple, e Brian Moynihan, do Bank of America, estariam presentes para delinear estratégias e compromissos climáticos. No entanto, a ausência deles em Belém foi vista como um sinal de que os EUA estão se afastando do compromisso com a questão climática.
Eventos Alternativos
Apesar da falta de CEOs na cúpula, algumas empresas enviaram diretores de sustentabilidade e participaram de simpósios em São Paulo. Isso mostra que existe uma preocupação com a mudança climática, mas a abordagem está se tornando mais cautelosa.
- Mudança nas Prioridades: Com o clima político rotineiro, muitas questões sobre clima parecem ter caído nas prioridades das empresas.
- Exemplos de Engajamento: Almoço em um barco movido a amônia com o bilionário australiano Andrew Forrest, entre outros eventos em uma tentativa de reforçar o comprometimento com a sustentabilidade, contrastam com a ausência dos líderes americanos.
O Papel das Redes e da Pressão Pública
Uma Era de Hesitação
O silêncio atual de muitos CEOs, que anteriormente criticavam o governo Trump por suas posturas climáticas, gera questionamentos sobre as verdadeiras intenções dessas figuras. Eles estão recalibrando suas falas para evitar possíveis reações adversas?
- A Voz de Bill Gates: Recentemente, Gates compartilhou preocupações sobre o “alarmismo climático”, o que deixou muitos perplexos. No entanto, ao tentar esclarecer sua posição, ele revelou um desejo de continuar investindo em soluções para a crise climática.
A Resposta do Governo
A Casa Branca tem minimizado a cúpula, o que torna o cenário ainda mais complicado. Comentários de representantes do governo deixaram claro que não há intenção de priorizar compromissos climáticos em detrimento de interesses econômicos e nacionais.
O Que o Futuro Reserva?
As interações e debates na cúpula do clima em Belém mostraram como a situação é complexa. Embora a cúpula tenha despertado grande expectação, a ausência significativa de líderes corporativos americanos e a mudança de abordagem sugerem um retrocesso.
Expectativas e Ações Futuras
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, destacou que a ausência dos CEOs não deve ser justificativa para se afastar do compromisso com as cúpulas climáticas. Ao contrário, os líderes empresariais devem estar na linha de frente ao falar abertamente sobre suas ações e intenções na luta contra o aquecimento global.
Um Amanhã Sustentável?
Enquanto alguns empresários como Andrew Forrest ainda buscam inovar e apresentar soluções sustentáveis, a expectativa é que a sociedade não deixe a questão climática de lado. O discurso precisa mudar e se adaptar às realidades atuais.
A história dos compromissos climáticos é repleta de reviravoltas, e a forma como as empresas e o governo dos EUA se adaptam a essa nova realidade será fundamental para determinar não apenas o futuro do clima, mas também a percepção pública sobre suas ações.




