terça-feira, junho 24, 2025

Queda de 7,1% na Safra de Cana em Minas: Como o Estado Continua Brilhando no Setor


Minas

Getty Images

Área dedicada ao cultivo da cana-de-açúcar em expansão

A Nova Safra de Cana-de-Açúcar em Minas Gerais: Desafios e Oportunidades para 2025/26

Em meio a um cenário desafiador, Minas Gerais se prepara para se firmar como o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil na safra de 2025/26. Apesar das dificuldades climáticas enfrentadas, a expectativa é de que o estado alcance uma produção estimada de 77,2 milhões de toneladas. Contudo, esse número representa uma queda de 7,1% em relação aos 83,14 milhões de toneladas da safra anterior, conforme dados da SIAMIG Bioenergia.

Impactos Climáticos e Retração na Produção

A baixa produtividade nesta safra pode ser atribuída a uma série de fatores climáticos, especialmente a estiagem prolongada em 2024 e o volume aquático abaixo do esperado durante a entressafra. Estima-se que esses fatores levarão a uma redução de 12,5% na produtividade agrícola. No entanto, em um indicativo positivo, a área cultivada deve aumentar em 9,8%, passando de 1,12 milhões de hectares para 1,23 milhões de hectares.

“Apesar dos desafios climáticos que afetaram a produção e a produtividade, Minas Gerais continua a sua trajetória de crescimento, evidenciada pelo aumento da área cultivada”, comentou Mário Campos, presidente da SIAMIG, durante a Abertura da Safra Mineira de Cana-de-Açúcar 2025/26. O evento, realizado na Usina Vale do Tijuco, também celebrou os 50 anos do Proálcool, um marco na história das energias renováveis no Brasil.

A CMAA (Companhia Mineira de Açúcar e Álcool), reconhecida pela Forbes Agro100, anunciou um investimento robusto de R$ 3,5 bilhões até 2033. Este investimento visa expandir a capacidade de moagem e a produção de açúcar e etanol em suas três unidades situadas em pontos estratégicos: Uberaba, Limeira do Oeste e Canápolis. “Estamos confiantes no futuro do setor, que se consolida cada vez mais como uma fonte chave na transição energética para uma economia de baixo carbono”, relatou Carlos Eduardo Turchetto Santos, CEO da CMAA.

Desafios e Oportunidades na Produção

Outro desafio a ser enfrentado é a qualidade da matéria-prima. Apesar da expansão da área cultivada, a concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana deve cair 2,3%, o que pode afetar a eficiência da produção nas fábricas. Para a safra 2025/26, as previsões indicam um mix de produção mais voltado para o açúcar, com 52,4% da cana destinada a esse fim, contra 47,6% para a produção de etanol. Na safra anterior, o equilíbrio era maior, com 50,3% para açúcar e 49,7% para etanol. Em números absolutos, espera-se que a produção alcance 5,32 milhões de toneladas de açúcar e 3 bilhões de litros de etanol.

O Cenário do Biocombustível

No segmento de biocombustíveis, a produção total de etanol deve enfrentar uma diminuição. Entretanto, o etanol anidro — que é misturado à gasolina — espera-se que cresça 6,6%, aumentando de 1,2 milhão de metros cúbicos para 1,28 milhão de metros cúbicos. “Embora o total de etanol produzido seja menor, a produção de etanol anidro se alinha com as expectativas do aumento da mistura de etanol na gasolina”, observou Mário Campos, referindo-se ao estudo em andamento do Ministério de Minas e Energia.

O Norte de Minas e a Importância do Setor

Atualmente, a cadeia produtiva da bioenergia em Minas Gerais se estende por 110 municípios, com 28 deles contando com unidades industriais. Este setor não apenas impulsiona a economia, mas também gera mais de 190 mil empregos diretos e indiretos, reafirmando sua relevância social e econômica para o estado.

  • Produção estimada: 77,2 milhões de toneladas na safra 2025/26.
  • Aumento da área cultivada: Crescimento de 9,8%, de 1,12 milhões para 1,23 milhões de hectares.
  • Relação açúcar/etanol: 52,4% da cana para açúcar e 47,6% para etanol.
  • Investimentos: R$ 3,5 bilhões anunciados até 2033 pela CMAA.

Com um futuro promissor pela frente, Minas Gerais deve continuar a ser um marco na produção de cana-de-açúcar, superando os desafios climáticos e se adaptando às demandas do mercado. À medida que as inovações e os investimentos fluem para o setor, o estado se reafirma como um importante player na transição energética e um exemplo de resiliência no agronegócio brasileiro.

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