JPMorgan Reavalia os Bancos: O Que Esperar do Bradesco e do Santander
Recentemente, o JPMorgan fez um movimento significativo em suas recomendações para o setor bancário, especialmente após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2024 (3T24). O banco rebaixou a avaliação do Bradesco, passando de overweight (exposição acima da média do mercado, semelhante à compra) para neutra, enquanto elevou o Santander Brasil de neutra para overweight. Este ajuste gerou movimentações nas ações das duas instituições, que foram bem recebidas pelo mercado.
Movimentação das Ações
Na última segunda-feira (25), as ações do Bradesco, representadas pelo código BBDC4, tiveram uma queda de 1,45%, fechando a R$ 13,60. Por outro lado, as ações do Santander, identificadas pelo código SANB11, mostraram uma leve alta, avançando 0,76% e terminando o dia a R$ 26,44.
Analisando o Bradesco: Desafios e Perspectivas
O JPMorgan destacou que, embora o Bradesco tenha mostrado sinais de melhora nos seus resultados financeiros, o ritmo dessas melhorias não atende às expectativas. Eles expressaram algumas preocupações que poderiam impactar a performance da instituição em 2025:
- Investimentos Necessários: A necessidade de investimentos ainda é um ponto crítico, com melhorias expressivas na relação custo/receita podendo ser postergadas para 2026.
- Taxa Selic Elevada: Com a Selic em alta, a receita proveniente do mercado pode ficar restrita por um período, afetando a lucratividade.
- Qualidade dos Ativos: Segundo o analista, a melhora na qualidade dos ativos pode ter chegado a um platô, o que limita o potencial de crescimento.
Apesar de ainda projetar um crescimento de 21% nos lucros para 2025, totalizando R$ 23,7 bilhões (4% abaixo do consenso do mercado), o JPMorgan está cauteloso em relação ao retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), que deve variar entre 13,8% a 14,6% para 2025-2026. Com o custo de capital aumentando de 14% para 15%, essa expectativa de retorno pode não representar um investimento atrativo.
O Santander em Alta: Uma Avaliação Positiva
Em contraste, o Santander Brasil parece estar em uma trajetória mais favorável. O banco teve uma queda de 19% em suas ações no ano, mas a melhoria no ROE, que subiu de 11% para 17%, é um sinal positivo. O JPMorgan vê uma ótima relação risco-recompensa em relação ao Santander, especialmente pela boa gestão que está comprometida em elevar o ROE para 20%.
Estratégia Focada em Lucros
O Santander tem se destacado pela sua estratégia centrada no aumento da receita, e os analistas do JPMorgan reconhecem uma execução eficaz nesse sentido. A escolha do banco de priorizar a lucratividade em vez de aumento de participação de mercado a qualquer custo é um ponto que merece ser ressaltado. Além disso, o foco na alocação de ativos ponderados pelo risco é uma abordagem que pode trazer frutos a longo prazo.
Reavaliação de Preços-alvo
Com relação aos preços-alvo, o JPMorgan ajustou suas projeções:
- Bradesco: O preço-alvo foi reajustado de R$ 20 para R$ 16.
- Santander: O target foi reduzido de R$ 34 para R$ 32.
Além dos ajustes para Bradesco e Santander, o banco revisou suas apreciações para outras instituições. O Itaú (ITUB4) agora tem um preço-alvo de R$ 39, em vez de R$ 40, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) passa a ser avaliado em R$ 31, caindo de R$ 33.
A Visão do Mercado e o Impacto das Alternativas
O cenário apresentado pelo JPMorgan para os bancos é um reflexo das complexidades da economia atual. A alta da Selic e a necessidade de adaptações nas estratégias de negócios tornam necessário que investidores e instituições financeiras se mantenham vigilantes. O que se pode notar é que, mesmo com as dificuldades do Bradesco, o mercado ainda encontra espaço para otimismo no Santander.
O Futuro dos Bancos no Brasil
No entanto, o que isso significa para os investidores? É fundamental acompanhar as mudanças nas estratégias das instituições financeiras e como elas se adaptam ao ambiente econômico. A performance dos bancos pode ser influenciada por diversos fatores, e entender esses movimentos pode ser a chave para tomadas de decisão mais informadas.
Por que não refletir sobre qual desses bancos pode ser a melhor escolha para você? O Santander parece estar na trilha certa, mas as oportunidades de investimento no Bradesco também não devem ser descartadas. É um momento de reavaliação e análise, onde o conhecimento sobre as nuances do setor bancário pode trazer vantagens significativas.
Questões para Reflexão
- Como as mudanças na Selic afetam diretamente a performance dos bancos brasileiros?
- O que você considera mais importante: crescimento rápido ou sustentabilidade dos lucros?
- Qual é a importância da relação custo/receita na avaliação de um banco para investimento?
Resumindo, a recente reavaliação do JPMorgan ilustra as dinâmicas do mercado bancário no Brasil. O movimento dos preços das ações do Bradesco e do Santander serão fundamentais para entender as tendências futuras e as oportunidades que poderão surgir. Ficar atento às movimentações e às estratégias adotadas por cada instituição pode fazer toda a diferença em suas decisões de investimento. Compartilhe suas opiniões e insights sobre esse tema, e fique à vontade para discutir com outros investidores!