quarta-feira, junho 25, 2025

Revolução no Futebol: 60% dos Torcedores Aprovam Novo Modelo de SAF!


Nos últimos três anos e meio, os torcedores brasileiros puderam observar de perto a implementação das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) no país. O feedback até agora é encorajador, com 60% dos entrevistados apoiando esse modelo de gestão, conforme um levantamento exclusivo do InfoMoney, produzido pela TM20 Branding e pela Brazil Panels.

Eduardo Tomiya, CEO da TM20 Branding, enfatiza que essa taxa de concordância é significativa, evidenciando a aceitação pela maioria da população. “Um índice de 60% é bastante elevado e revela uma visão positiva em relação ao tema”, afirma ele, destacando que apenas 6,7% dos entrevistados rejeitam as SAFs.

A Adoção da SAF entre as Maiores Torcidas

Ao analisar as respostas das torcidas mais relevantes do Brasil, o Grêmio se destaca como o clube cujos torcedores mais provavelmente aceitam a introdução da SAF, com uma taxa de 66,7% de apoio. Seguindo o Grêmio, estão o Vasco e o Atlético-MG, que possuem taxas de aceitação de 63,6% e 60,8%, respectivamente. Bruno Muzzi, CEO do Atlético-MG, acredita que o percentual dos 40% que não têm uma opinião definida ou que rejeitam o modelo tende a mudar à medida que mais torcedores compreenderem os benefícios associados à SAF.

Muzzi explica que para o Atlético, a transição para a SAF foi uma estratégia essencial para garantir a saúde financeira do clube. O modelo de gestão foi adquirido por um grupo de investidores, incluindo nomes conhecidos como Rubens e Rafael Menin, da MRV, e Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master. “O modelo de SAF ainda é novo e é natural que leve tempo para que as pessoas se adaptem e aprendam. No entanto, os resultados demonstram que os torcedores estão percebendo vantagens”, afirma Muzzi.

Crescimento das SAFs no Brasil

De acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Estudos e Desenvolvimento da Sociedade Anônima do Futebol (IBESAF), atualmente existem 99 SAFs no Brasil, dentro de um total de mais de 700 clubes profissionais credenciados na CBF. Rodrigo Monteiro de Castro, advogado e coautor da Lei das SAFs, acredita que a adesão ao modelo deve continuar aumentando, especialmente entre clubes com menor poder de arrecadação. “Os clubes que ainda operam como associações estão atentos às oportunidades que outras equipes mais competitivas, anteriormente consideradas inferiores, estão conquistando”, observa.

Ao serem indagados sobre a possibilidade de seus clubes adotarem o modelo de SAF, os torcedores do Grêmio mostraram-se mais receptivos, com 52,9% manifestando apoio total ou parcial à ideia. Em comparação, torcedores do Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São Paulo demonstraram níveis de aprovação inferiores à média nacional, que é de 60%.

Sentimento Contrário Entre Torcidas Tradicionais

Entre as torcidas que se mostram mais resistentes à migração para a SAF, os palmeirenses lideram com 23,5% expressando desacordo. O Flamengo aparece em segundo lugar, com uma rejeição de 18,7%. Apesar disso, 37,7% dos torcedores do Palmeiras apoiam a transformação de seu clube em uma empresa, enquanto essa proporção é de 44,8% entre os torcedores do Flamengo.

Nos últimos anos, tanto o Palmeiras quanto o Flamengo vêm se destacando nas maiores competições de futebol, evidenciando uma gestão eficiente e potencial de receita que ultrapassa a marca de R$ 1 bilhão. Essa sólida posição pode influenciar a resistência dos torcedores em mudar para um novo modelo. Monteiro de Castro destaca que a grandeza e o sucesso atual do clube acabam por fortalecer a zona de conforto de seus torcedores.

No caso específico do Palmeiras, sob a gestão da presidente Leila Pereira, o clube tem se comportado como uma entidade empresarial, o que diminui a percepção de necessidade de transformação. “Como tudo está indo bem, não há tanta urgência para mudar para uma SAF”, argumenta.

Os torcedores do São Paulo também se opõem ao modelo de SAF, com 14,4% manifestando resistência. No Corinthians, essa rejeição é menor, em 11,3%, enquanto no Grêmio apenas 10,3% dos torcedores manifestam sentimentos negativos em relação à mudança.

Perspectivas Futuras e Adesão dos Jovens

Uma parte significativa dos torcedores ainda se mostra neutra ou indiferente em relação à migração para a SAF. De modo geral, 20,5% dos entrevistados dizem não concordar nem discordar com a mudança, enquanto 15,3% não souberam opinar. No entanto, um dado interessante é que os jovens, especialmente aqueles entre 18 e 24 anos, se mostram como os maiores apoiadores do modelo de SAF. Aproximadamente 42,2% desse público concordam totalmente com a adoção da SAF, percentual que sobe para 67,3% se incluirmos aqueles que concordam parcialmente. Esse grupo também é mais favorável à mudança do próprio clube para o modelo de empresa, com 54,6% apoiando essa transformação.

Os jovens adultos de 25 a 34 anos também demonstram uma aprovação significativa do modelo, com 65,3% a favor da adoção das SAFs no Brasil, e uma taxa de rejeição de apenas 2,8%. Em contrapartida, as pessoas mais velhas (na faixa de 56 a 60 anos) são as que mais apresentaram objeções ao modelo, com 8,6% de discordância, embora a aprovação ainda seja considerável em 57,6% desse grupo etário.

Alterações na Lei das SAFs em Discussão

Recentemente, Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado e autor da Lei das SAFs, propôs uma revisão do texto original. As modificações visam aprimorar a distinção entre o patrimônio das SAFs e dos clubes, especialmente no caso de cisões, permitirem que dívidas sejam convertidas em participação na sociedade e estruturarem ligas também como SAFs.

Monteiro de Castro destaca que a revisão está sendo feita com base em análises da jurisprudência, buscando resolver pontos críticos e alinhando-se com a proposta original do autor da lei.

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