Orgulho Nacional em Queda: Um Olhar Sobre o Sentir Brasileiro

Recentemente, uma pesquisa realizada pelo Datafolha trouxe à tona um dado alarmante: o orgulho de ser brasileiro está em declínio. De 2023 a hoje, a porcentagem de cidadãos que se sentem mais orgulhosos do que envergonhados pela sua nacionalidade caiu de 83% para 74%. O que está por trás desse sentimento e como ele se articula com outras emoções que permeiam nossa sociedade? Vamos explorar.

O Crescente Pessimismo no País

A mudança no sentimento de orgulho reflete um fenômeno maior: o aumento do pessimismo entre os brasileiros. Dados revelam que o número de pessoas que enxerga o país de maneira desfavorável subiu de 47% em setembro de 2023 para 50% em junho de 2025. Isso marca uma trajetória ascendente desde os 41% registrados em 2020. Além disso, a confiança no futuro se mostra cada vez mais rara, com apenas 35% dos entrevistados se dizendo otimistas.

Medo do Futuro em Números

• 63% dos brasileiros afirmam ter medo do que vem pela frente.
• 35% se sentem confiantes quanto ao futuro.
• Em 2020, a taxa de medo era de 57%, o que mostra um crescimento considerável nos receios atuais.

Este crescente temor é refletido em uma série de emoções negativas que predominam entre a população, criando um ambiente de incerteza que impacta diversas esferas da vida cotidiana.

Emoções Negativas Dominam a Sociedade

As emoções negativas se tornaram a tônica da percepção popular. A insegurança desponta como o sentimento mais recorrente, afetando 73% dos entrevistados. Outros sentimentos marcantes incluem:

• Desânimo: 64%
• Tristeza: 63%

Em contraste, apenas 26% dos brasileiros se sentem seguros, 35% estão animados e 34% se consideram felizes. Vale ressaltar que a esperança, com 45%, compete diretamente com o medo, que atinge 54%. Por outro lado, a raiva (55%) supera a sensação de tranquilidade (42%).

A pesquisa também revela uma relação estreita entre emoções e preferências políticas. Os apoiadores de Jair Bolsonaro expressam sentimentos mais intensos de raiva, enquanto os eleitores de Lula tendem a reportar maiores níveis de otimismo.

A Imagem de Lula: Orgulho ou Vergonha?

A percepção sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foi avaliada. Os números mostram que 56% dos entrevistados sentem mais vergonha do que orgulho em relação ao líder, uma mudança drástica em comparação a 2005, quando 54% demonstravam orgulho de sua figura.

• 55% dos eleitores com ensino fundamental sentem orgulho em relação a Lula.
• Esse número cai para 34% entre aqueles que têm até o ensino médio e para 36% entre graduados.

Entre evangélicos, a sensação de vergonha é predominante, alcançando 69%. Já os católicos apresentam uma visão mais equilibrada, com 50% sentindo vergonha e 47% orgulho.

Um Panorama Histórico do Orgulho Nacional

Observando a trajetória do orgulho nacional, verificamos que o menor índice foi registrado em junho de 2017, com apenas 50% expressando orgulho e 47% sentindo vergonha. Esse cenário se instaurou durante um período político turbulento, marcado pelo impeachment de Dilma Rousseff e pelos escândalos da Lava Jato.

Por outro lado, o auge do orgulho foi registrado em novembro de 2010, no final do segundo mandato de Lula, quando 89% dos brasileiros afirmaram sentir orgulho de sua nacionalidade.

A Evolução da Percepção Nacional em Números

• 2010: 89% de orgulho
• 2017: 50% de orgulho
• 2023: 74% de orgulho

Essa oscilação nos sentimentos aficionados em relação ao país reflete mudanças políticas, sociais e econômicas que impactam diretamente a vida do cidadão brasileiro.

O Que Isso Nos Diz?

Diante desse cenário multifacetado, é importante refletir sobre o que essas mudanças significam para o futuro do Brasil. O sentimento de orgulho pode influenciar atitudes e comportamentos, desde a participação política até o envolvimento em causas sociais.

Vamos fazer a nossa parte? Que tal compartilhar suas experiências e sentimentos sobre a nacionalidade? Como você enxerga o futuro do Brasil a partir de agora? Essas reflexões podem ser o primeiro passo para transformar o pessimismo em algo construtivo, promovendo discussões necessárias e engajamento ativo na nossa sociedade.

Ao olharmos para o futuro, que possamos encontrar caminhos que nos levem a um Brasil do qual possamos nos orgulhar novamente, construindo juntos um sentimento coletivo positivo e esperançoso.