Cortesia de Blis

O Crescimento do Mercado de Cannabis Medicinal no Brasil

Enquanto observadores de todo o mundo focam na lenta transformação da cannabis na Alemanha e nos Estados Unidos, o Brasil se destaca como um dos países que mais cresce neste setor, apresentando um ambiente estruturado em expansão. A plataforma Blis tem sido uma das protagonistas dessa mudança, facilitando o acesso dos pacientes à terapia canábica.

Uma Revolução Silenciosa

Com uma receita mensal de R$ 2 milhões e 300 mil usuários, a Blis pode ser considerada o maior banco de dados de pacientes de cannabis da América Latina. Embora as regulamentações da Anvisa (RDC 660 e RDC 327) permitam a prescrição de produtos canábicos legais somente sob supervisão médica, o mercado de cannabis medicinal no Brasil pode ultrapassar a impressionante marca de US$ 4,4 bilhões (R$ 23,8 bilhões) até 2032. Os fatores como aumento da demanda, redução do preconceito e o agravamento das crises de saúde mental são motores para esse crescimento.

O Potencial do Brasil

O mercado de cannabis legal na América Latina deve alcançar US$ 3,75 bilhões (R$ 20,3 bilhões) até 2028, com o Brasil ocupando uma posição de destaque. Com cerca de 211 milhões de habitantes, o país representa um grande potencial para o uso medicinal da cannabis. No entanto, sua estrutura recheada de burocracias torna o desafio ainda mais interessante.

A Blis: Uma Nova Abordagem para a Saúde

A Blis nasceu da frustração de pacientes diante da burocracia para conseguir acesso legal à cannabis medicinal. O CEO, Toninho Côrrea, destaca que “o sistema era ineficiente e intimidador”. Para isso, a empresa desenvolveu um aplicativo que facilita o processo, oferecendo desde consultas médicas até a entrega direta dos produtos na casa do usuário.

Redução de Burocracia

Graças a essa inovação, o tempo necessário para atender a esses trâmites foi reduzido em até 160 vezes. O uso da cannabis no Brasil, a partir de então, passou a atender não apenas condições críticas, como Parkinson e epilepsia, mas também questões de bem-estar como insônia e ansiedade. Côrrea afirma: “Criamos um mercado completamente novo para tratamentos alternativos”.

Dados que Transformam

Atualmente, a Blis já atende mais de 1,8 mil cidades no Brasil, alcançando até áreas rurais carentes de atendimento médico. Impressivamente, mais de 60% dos usuários que realizam consultas acabam consumindo produtos. A taxa de recompra chega a 42%, evidenciando a eficácia dos tratamentos oferecidos.

Produtos em Alta

• Pedidos médios: R$ 1.000.
• Produtos populares: gomas e óleos que ajudam em sono, ansiedade e foco.

Esses dados demonstram a crescente aceitação da cannabis como terapia em um país que, até pouco tempo, tinha um estigma significativo em relação ao tema.

A Construção do Futuro

Além de vender produtos, a Blis também está coletando dados valiosos. Com mais de 25 mil registros de pacientes, a plataforma está formando um dos maiores bancos de dados clínicos da América Latina. Isso pode servir de base para moldar padrões de tratamento, apoiar pesquisas clínicas e informar estratégias regulatórias.

Privacidade e Acesso

A coleta de dados respeita os rigorosos padrões da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo que a privacidade dos pacientes seja mantida. Profissionais autorizados têm acesso controlado aos registros, o que também facilita futuras parcerias com pesquisadores, permitindo a transformação desses dados em insights valiosos.

Educação e Conscientização

Embora o panorama da cannabis medicinal pareça desafiador para muitos, Côrrea acredita que a realidade está mudando. Ele afirma: “As RDCs da Anvisa facilitam o acesso, mas a conscientização e o acesso ainda são os maiores obstáculos.” Assim, a Blis atua como uma ponte de informação e educação, colaborando com mídias tradicionais e comunidades para desmistificar a cannabis e torná-la mais acessível.

Uma Nova Categoria de Terapia

Uma mudança significativa pode surgir com a possível autorização da importação da flor de CBD, que a Anvisa está analisando. Isso abriria novas possibilidades para os usuários, proporcionando produtos inaláveis com efeitos mais rápidos, o que ampliaria o leque oferecido pela Blis.

Construindo o Caminho para o Futuro

O modelo de negócios da Blis, focado no paciente, já alcançou um ponto de equilíbrio e estima-se que atinja uma avaliação de mais de US$ 100 milhões (R$ 541 milhões) até o final do ano, com planos de expansão para outros mercados da América Latina.

Visão de Longo Prazo

Até 2025, a empresa prevê lançar novas tecnologias e canais de atendimento, assim como publicar seu primeiro relatório clínico baseado na crescente base de pacientes. “Estamos mirando em uma avaliação de R$ 1 bilhão até 2027.”, acrescenta Côrrea.

A Expansão da Blis na América Latina

Embora a Blis tenha sido criada para navegar pela complexidade regulatória do Brasil, seu modelo é adaptável a diversos mercados. O CEO aponta: “O Brasil pode estar atrás da percepção pública, mas à frente em acessos digitais.”

Potencial Internacional

À medida que outros países da América Latina como Colômbia e México avançam em suas regulamentações sobre cannabis, surge uma oportunidade de introduzir um sistema semelhante de educação e tratamento para pacientes. O foco da Blis em um modelo centrado no paciente pode se mostrar mais escalável a longo prazo.

Uma Nova Era de Bem-Estar

Para Côrrea, a cannabis é apenas o começo de uma jornada maior. A visão da Blis abarca personalização de protocolos, novas categorias terapêuticas e uma integração mais orgânica com a saúde pública, baseando-se em dados coletados da experiência dos pacientes.

À medida que a demanda por saúde mental cresce e os sistemas de saúde enfrentam desafios, plataformas como a Blis se posicionam como player crucial. “O verdadeiro debate sobre a cannabis não é guiado por reguladores, mas sim pelos pacientes,” enfatiza Côrrea.

A jornada da Blis oferece uma perspectiva valiosa sobre a inovação no setor da cannabis, sendo uma iniciativa real, que visa atender as necessidades de quem busca alternativas terapêuticas. Como você vê o futuro da cannabis medicinal no Brasil? Compartilhe sua opinião!