O Novo Cenário do Mercado Livre de Energia: Oportunidades e Desafios
O recente movimento de abertura do mercado livre de energia no Brasil trouxe consigo desafios e oportunidades para consumidores e fornecedores. De acordo com Gabriel Mann, diretor de comercialização da Engie Brasil Energia (EBE), essa mudança exige uma conexão mais próxima entre as empresas do setor e seus clientes. Com um foco no atendimento personalizado, os grandes players do mercado precisam se adaptar ao novo perfil de consumidores, que incluem não apenas grandes empresas, mas também negócios de menor porte que buscam aproveitar as vantagens dessa nova realidade.
A Importância do Relacionamento com o Cliente
“Ao optar pelo mercado livre, o cliente quer sentar, conversar e entender com quem está se associando”, reforça Mann. Isso se deve ao fato de que contratos menores, muitas vezes considerados triviais pelas grandes companhias, podem representar negociações significativas para pequenos consumidores. Em cenários como esse, o relacionamento humanizado se torna um diferencial crucial.
A EBE, parte do grupo francês Engie, já atua há 25 anos no mercado livre brasileiro. Com um histórico robusto em comercialização na Europa e nos Estados Unidos, a empresa está bem posicionada para guiar tanto grandes consumidores quanto pequenos negócios nessa transição.
Como Sua Empresa Pode Entrar no Mercado Livre de Energia
A EBE destaca que esta transição para o mercado livre representa uma excelente oportunidade de economia para as empresas. Muitas vezes, um contrato pequeno pode resultar em uma economia considerável, como um contrato de três a cinco anos que represente despesas de R$ 300 mil a R$ 500 mil. Para muitas empresas, essa economia é significativa.
Benefícios da Participação no Mercado Livre
- Descontos Competitivos: Empresas podem economizar até 35% na conta de luz.
- Flexibilidade Contratual: A possibilidade de negociar diretamente com fornecedores de energia.
- Melhor Planejamento Financeiro: Contratos de longo prazo ajudam na previsibilidade de despesas.
Gabriel Mann também aponta que a preparação da EBE para essa nova fase começou em 2018, quando a empresa estruturou novos canais de venda. Inicialmente, acreditava-se que as migrações ocorreriam predominantemente por plataformas digitais, mas, na prática, muitos novos clientes buscam interações diretas e negociações mais pessoais.
O Modelo de Parcerias: Uma Abordagem Eficaz
Diante do desafio de atender a um público mais diversificado e de menor porte, a EBE adotou uma estratégia de parcerias. Em vez de criar uma força de vendas própria focada nesse segmento, optou por treinar empresas parceiras que já operam em áreas relacionadas. Esses parceiros atuam em setores como corretagem de seguros e serviços de manutenção elétrica, trazendo uma carteira de clientes estabelecida e um conhecimento do mercado.
A Revolução Digital no Mercado de Energia
Enquanto a EBE fortaleceu suas parcerias, não deixou de investir em transformação digital. A digitalização vem se mostrando uma ferramenta poderosa, especialmente para os clientes mais antigos que já estão familiarizados com o ambiente de contratação livre. Esses consumidores encontram nos canais digitais uma maneira eficiente de realizar compras de volumes menores ou de renegociar contratos.
Uma Nova Onda de Oportunidades
A expectativa é que a próxima fase de abertura do mercado, que incluirá consumidores de baixa tensão, traga novas oportunidades para as negociações digitais. Embora as regras para essa inclusão ainda estejam sendo discutidas, a movimentação do mercado já indica um caminho promissor.
O Desafio dos Pequenos Consumidores
Atualmente, cerca de 90% da receita da EBE no setor de comercialização provém de grandes consumidores. Contudo, a crescente participação de pequenas empresas é notável. Esses novos entrantes frequentemente demandam contratos mais simplificados. Para isso, a EBE desenvolveu três tipos de contratos padrão, com um deles oferecendo uma economia percentual em relação à tarifa da distribuidora. Esse modelo oferece ao cliente uma vantagem econômica significativa, ao mesmo tempo que minimiza riscos.
A Visão para o Futuro: Projetos de Geração Sustentáveis
Mann destaca ainda que a renovação constante dos contratos no mercado livre está, na verdade, viabilizando novos investimentos em projetos de geração de energia. Com contratos com duração média de quatro a cinco anos, a empresa tem flexibilidade para ajustar suas ofertas de acordo com a demanda e a disponibilidade de recursos em geração.
Abertura do Mercado para Baixa Tensão
Um ponto crucial na expansão do mercado livre é a entrada de consumidores de baixa tensão, incluindo residências. Essa mudança requer regras que desburocratizem o processo de migração e ajudem novos consumidores a entenderem suas opções. Mann sugere que é necessário revisar barreiras que algumas distribuidoras impõem para dificultar a concorrência. O foco deve ser sempre em facilitar a entrada de novos competidores no mercado.
Assegurando a Competitividade no Setor
Para garantir uma competição saudável, Mann defende a necessidade de reavaliar os subsídios existentes no setor elétrico no Brasil. Acredita-se que estes subsídios estão prejudicando a competitividade e tornando o ambiente de negócios menos justo.
Por fim, a afirmação de Mann encerra a discussão, reforçando a importância de um mercado aberto, competitivo e saudável, onde todos os players, independente de seu tamanho, possam operar com igualdade e segurança.
Ao longo deste artigo, percebemos como a abertura do mercado livre de energia no Brasil está transformando a dinâmica de negócios, oferecendo oportunidades que vão desde grandes economias até a criação de novos modelos comerciais. Se você está pensando em migrar para o mercado livre ou mesmo entender suas opções na área de energia, é essencial se informar e explorar as diversas oportunidades disponíveis. O futuro promete ser brilhante e cheio de possibilidades para todos os participantes desse mercado em evolução.
