Caminhos da COP30: O Que Esperar do Encontro de 2025

Com a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, se aproximando, o clima não é dos mais promissores. Assim como em edições anteriores, este importante evento servirá para realizar novos e antigos alertas sobre as questões climáticas que afetam o mundo. Um fator que tem gerado preocupação é a possível ausência dos Estados Unidos, algo que pode comprometer a realização de negociações essenciais, especialmente em relação ao financiamento climático.

A Importância da Participação dos EUA

Marcello Brito, um destacado engenheiro de alimentos e ex-presidente do conselho de administração da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), destaca a relevância da presença dos EUA nas discussões climáticas. Segundo ele:

“Este não será um espaço de grandes negociações internacionais, como aconteceu em Paris e em Glasgow. Sem os EUA na mesa, as chances de avanço são reduzidas.”

Os Estados Unidos, sendo o maior emissor histórico de gases de efeito estufa e uma das principais potências econômicas, desempenham um papel crucial nas negociações climáticas. Sua participação foi fundamental para o Acordo de Paris, onde os EUA e a China chegaram a um entendimento prévio, orientando outros países a seguirem o mesmo caminho. Com um cenário atual desfavorável, o consenso necessário para avançar em questões climáticas torna-se ainda mais difícil.

O Desafio do Financiamento Climático

Um dos temas mais debatidos nas COPs é o financiamento climático, que envolve compromissos financeiros dos países desenvolvidos para auxiliar na redução das emissões de gases de efeito estufa em nações em desenvolvimento. Os recursos podem vir de diversas fontes, como doações ou empréstimos, e são geralmente canalizados por fundos internacionais.

• Histórico de Compromissos: Em 2009, durante a COP de Copenhague, os países ricos se comprometeram a mobilizar US$ 100 bilhões por ano até 2020. Em 2015, esse compromisso foi estendido até 2025.
• Demandas Recentes: Em uma declaração conjunta, os países do BRICS pediram um aumento significativo do financiamento climático para US$ 1,3 trilhões até a COP30, destacando a necessidade urgente de um novo padrão financeiro.

Infelizmente, como Brito enfatiza, a ausência dos EUA em negociações pode dificultar tanto o aumento quanto a definição de responsabilidades nos financiamentos. E agora?

O Cenário Atual e o Olhar para o Futuro

Diante desse cenário complexo, André Corrêa do Lago, presidente da COP30, esclareceu que o foco será em mobilizar iniciativas já existentes para avançar os esforços globais em busca de melhorias climáticas. Entre as principais metas estão:

• Redução do Desmatamento: Um compromisso de deter e reverter o desmatamento e a degradação florestal até 2030.
• Transição Energética: Apoio na transição para fontes de energia mais sustentáveis, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.
• Transformação Agrícola: Mudar o modelo de agricultura e os sistemas alimentares para se tornarem mais rapidamente sustentáveis.

O Papel do Setor Privado

Marcello Brito acredita que o setor privado poderá assumir um papel central nas discussões sobre financiamento e soluções sustentáveis. Ele aponta que:

“Nos últimos 30 anos, o financiamento do agronegócio brasileiro evoluiu, e hoje cerca de 70% vem do setor privado. Existem grandes oportunidades para investimentos na transição climática.”

Esse posicionamento é significativo, pois o agronegócio desempenha um papel vital nas iniciativas de sustentabilidade, desde a promoção de práticas agrícolas regenerativas até o combate ao desmatamento. Brito também ressalta que o Brasil é visto positivamente nas discussões internacionais sobre clima, sendo reconhecido por sua capacidade de implementar práticas agrícolas férteis e sustentáveis.

Oportunidades em Números

Durante a conversa com a Forbes, Brito destacou algumas oportunidades promissoras:

• Resiliência Agrícola: A chance de criar uma agricultura mais resiliente e regenerativa;
• Investimentos Sustentáveis: Atração de novos investimentos voltados para soluções climáticas.

Reflexões e Caminhos para a COP30

Ao refletir sobre o que podemos esperar da COP30, é essencial lembrar que as mudanças climáticas exigem colaboração de todos, especialmente em um momento onde grandes potências estão ausentes ou desinteressadas. As ações propostas precisam de um compromisso claro e sólido de todos os envolvidos.

Prontos para o Desafio?

As discussões que emergem dessa cúpula não são apenas sobre compromissos financeiros, mas sobre a criação de um futuro viável para as próximas gerações. É o momento de avaliar não só o que o mundo pode nos oferecer, mas também o que podemos contribuir para melhorar a saúde do nosso planeta.

⚡ E você, qual é a sua expectativa para a COP30? Deixe sua opinião nos comentários e junte-se à conversa sobre como podemos agir em prol de um futuro mais sustentável!